quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Discurtir opiniões - A arte do brasileiro


Futebol, religião e política não se discute -será? essa frase é velha e (tinha que ser) brasileira. Vivemos numa era em que você ouve pessoas dizendo coisas como “Carro não se discute”, “Lobão não se discute”, “BBB não se discute”, tendência que possivelmente vai nos levar a uma era em que você vai comentar com o seu amigo que o bolinho de bacalhau não está tão bom e ele vai replicar com um “Porra, bolinho de bacalhau não se discute, tá querendo que isso aqui descambe pra porradaria, bróder?”.


Discutir é ao mesmo tempo uma chance pra dar a sua opinião e uma oportunidade pra ouvir a do outro, tentar entender como ele chegou ali. Quando dizemos que o assunto a ou b “não se discute”, o que fazemos é basicamente admitir que não apenas não queremos conhecer uma perspectiva diferente como o simples gesto de ouvir essa visão é pra nós ofensivo, absurdo e algo que provavelmente vai descambar pra gritaria e pra porrada com garfinhos de plástico.
E porque fazemos isso? Porque é fácil, claro. Se eu sou ateu é sempre mais fácil apenas ignorar qualquer argumento religioso do que tentar ouvir e entender porque aquela pessoa pensa e sente daquela forma. Se eu sou de esquerda é muito mais fácil taxar alguém de direita de reacionário matador de pobres do que buscar qual o tipo de base teórica que gera aquela posição.
Sim, se somos assim é porque a elite dominante nos manipula com suas novelinhas, filminhos e jogos e longaaaaas discuções sobre futebol para desviar a nossa atenção ao essencial: a participação da população brasileira nas discuções políticas, econômicas e sociais. Ensinam, pelo entretenimento, que o pobre tem de ser pobre e a máxima de obrigação de trabalhar para sustentar o patrão e ainda os filhos. E o rico é abençoado porque soube aproveitar a oportunidade (reparem se não é verdade na atual novela da Globo das 9). Nos filme, mostram que a culpa da destruição é econômica são dos estrangeiros e pobres, que só sabem pedir e não fazem nada, ou seja, são preguiçosos. A elite brasileira querem apregar o racismo nos jovens, querendo separar, igualzinho nos Estados Unidos, o povo em brancos, negros e amarelos, sendo que sempre nos declaramos misturados.
Parceria perfeita : Elite Rica e entretenimento: Tapam nossos olhos para podermos ver a realidade do mundo e do país, que não é das melhores, os problemas de verdade que nos cerca, como fome, destruição da natureza pela ganancia, miséria e alienação político/administrativa, a doação dos recursos minerais, naturais e financeiros para bancos, multinacionais e latifundiários, entre outras situações ridículas em que eles nos colocam.

Um comentário:

  1. Vão te assassinar se verem esse blog. Essa sociedade nunca vai aceitar essa linha de pensamento, mas prefiro não ser aceito a ser ignorante

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